FONTES:
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Introdução ao Geoprocessamento - Gilberto Câmara / Clodovel Davis
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Geoprocessamento uma Tecnologia Transdisciplinar – César Henrique Barra Rocha
A coleta
de informações sobre a distribui ção geográfica de recursos minerais, propriedades,
animais e plantas sempre foi uma parte importante das atividades das
sociedades
organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas em documentos
e mapas em papel; isto impedia um a análise que combinasse diversos mapas e dados.
Com o desenvolvimento simultâneo, na segunda metade do século passado, da tecnologia
de informática, tornou-se possível armazenar e representar tais informações em ambiente
computacional, abrindo espaço par a o aparecimento do Geoprocessamento.
Nesse
contexto, o termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que
utiliza
técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as áreas de
Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicação, Energia e
Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais para
Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), permitem
realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar
banco de dados georeferenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção
de materiais cartográficos. Pode-se dizer, de forma genérica, “Se onde é
importante para seu negócio, então Geoprocessamento é sua ferramenta de
trabalho” . Sempre que o onde aparece, dentre as questões e problemas que
precisam ser resolvidos por um sistema informatizado, haverá uma oportunidade
para considerar a adoção de um SIG. Num país de dimensão continental como o
Brasil, com uma grande carência de informações adequadas para a tomada de
decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais, o Geoprocessamento
apresenta um enorme potencial, principalmente se
baseado
em tecnologias de custo relativam ente baixo, em que o conhecimento seja
adquirido
localmente.
Geoprocessamento
é um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação
de informações espaciais voltado para um objetivo específico.
Este
conjunto possui como principal ferramenta o Geographical Information System
GIS, considerado
também como Sistema de Informação Geográfica (SIG)
Para que
o SIG cumpra suas finalidades, há a necessidade de dados. A aquisição de
dados em
Geoprocessamento deve partir de uma definição clara dos parâmetros, indicadores
e variáveis, que serão necessários ao projeto a ser implementado. Deve-se verificar
a existência destes dados nos órgãos apropriados (IBGE,DSG, Prefeituras,
concessionárias
e outros). A sua ausência implicará num esforço de geração que dependerá de
custos, prazos e processos disponíveis para aquisição.
A digitalização
é um dos processos mais util izados para aquisição de dados já existentes. Como
os custos para geração costumam ser significativos, deve-se aproveitar ao máximo
possível os dados analógicos, convertendo-os para a forma digital através de digitalização
manual ou automática.
A Fotogrametria
é muito utilizada na geração de dado s cartográficos. Durante muitos
anos, era
a única forma de mapeamento para grandes áreas. Com a evolução da informática e
das técnicas de processamento digital de imagens, surgiu a Fotogrametria Digital.
Inicialmente considerado como um ramo da fotogrametria, o Sensoriamento Remoto emergiu
com a capacidade impressionante de geração de dados. Sistemas orbitais com sensores
de alta resolução, imageando periodicamente a Terra, combinados com o processamento
de imagens, oferecem diversas possibilidades de extração de informações e análises
temporais.
O GPS (Global
Position Sistem ou Sistema de Posicionamento Global) , apesar de ter sido
criado para finalidades nada nobres , revelou-se um sistema extremamente preciso
e rápido para posicionam ento e mapeamento, apoiando também a Fotogrametria e o
Sensoriamento Remoto.
A
Estrutura de dados no SIG Um sistema de Informação Geográfica (SIG) difere dos
demais sistemas, pela sua capacidade de estabelecer relações espaciais entre
elementos Gráficos. É o sistema mais adequado para análise espacial de dados
geográficos.
Essa
capacidade é conhecida como Topologia, ou seja, o estudo genérico dos lugares
geométricos, com suas propriedades e relações. Esta estrutura, além de
descrever a
localização
e a geometria das entidades de um mapa, define relações de conectividade, contigüidade
e pertinência.
A
conectividade permite que arcos estejam ligados a outro por nós. A adjacência permite
que arcos possuam direção e lados como esquerda e direita. A direção é
importante para modelagem de fluxos, em que atributos de orientação como de nó e
para nó são armazenados. Para definir a topologia de um mapa, os Sistemas de
Informações Geográficas utilizam uma estrutura de base de dados especial.
Em um
SIG, do mesmo modo que em sistemas CAM, todas as entidades de um mapa
estão
relacionadas a um mesmo sistema de coordenadas. Além dos dados geométricos e
espaciais, os Sistemas de Informação Geográfica possuem atributos
alfanuméricos. Os atributos alfanuméricos são associados com os elementos
gráficos, fornecendo informações descritivas sobre eles. Os dados alfanuméricos
e os dados gráficos são armazenados, geralmente, em bases separadas.
Os
programas para SIG são projetados de modo a permitir exames de rotina em ambas
as bases gráficas e alfanuméricas, simultaneamente. O usuário é capaz de
procurar informações e associa-las às entidades gráficas e vice-versa.
Perguntas do tipo: ”Quais lotes da parte leste da cidade são maiores que um
hecta re e destinado ao uso industrial?” podem ser solucionadas pelo sistema. A
resposta pode ser dada através da listagem dos números dos lotes ou da
identificação dos lotes no mapa da cidade.
O SIG
reúne as seguintes características: - Ter capacidade para coletar e processar dados
espaciais obtidos a partir de fontes diversas, tais como: levantamentos de
campo (incluindo o sistema GPS), mapas existentes, fotogrametria, sensoriamento
remoto e outros; - Ter capacidade para armazenar, recuperar , atualizar e
corrigir os daos processados de uma forma eficiente e dinâmica; - Ter
capacidade para permitir manipulações à realização de procedimentos de análise
dos dados armazenados, com possibilidade de executar diversas tarefas, tais
como, alterar a forma dos dados através de regras de agregação definidas pelo
usuário, ou produzir estimativas de parâmetros e restrições para modelo de
simulação e gerar informações rápidas a partir de questionamentos sobre os
dados e suas inter-relações; Os dados utilizados em SIG podem ser divididos em
dois grandes grupos: dados gráficos, espaciais ou geográficos, que descrevem as
características geográficas da superfície (forma e posição) e; dados não
gráficos, alfanuméricos ou descritivos, que descrevem os atributos destas características.
Ter capacidade para controlar a exibição e saída de dados em ambos os formatos,
gráfico e tubular.